MICROCIRURGIA E RECONSTRUÇÃO
A cirurgia de reimplantes é possível por uma sutura vascular, levando sangue até o membro, que uma vez amputado, necessita da reconstrução de todas as estruturas lesadas, principalmente os pequenos vasos como no caso das amputações de dedos.
O campo da microcirurgia expandiu-se para os casos de pacientes que apresentam perdas ósseas extensas, perda cutânea com exposição de estruturas nobres ou mesmo perda de segmentos corpóreos que hoje podem ser tratados com a reconstrução óssea com transplantes ósseos vascularizados, segmentos cutâneos vascularizados ou mesmo a transposição de dedo do pé para mão para a reconstrução do polegar.
No campo dos nervos periféricos e das lesões do plexo braquial, a microcirurgia representou uma melhora contundente nos resultados obtidos nas suturas e reconstruções nervosas, o que tem permitido o retorno funcional de lesões outrora sem qualquer perspectiva de melhora.
REIMPLANTES
Reimplantes de traumas corto-contusos e por esmagamento são os mais comuns. Os primeiros têm boas chances de sucesso, no reimplante. Já nos traumas por esmagamento, há grande dificuldade para se realizar a anastomose e sutura de tendões, músculos e nervos.
Nas amputações de dedo: polegar e múltiplos dedos são indicações mandatórias. As pontas de dedo, apesar de grande dificuldade técnica, trazem excelentes resultados. Já amputações de dedo único na falange proximal ou média, podem resultar em um dedo rígido (duro) que atrapalha a função do restante da mão.
ENXERTOS E RETALHOS
Para as lesões complexas de membros superiores ou inferiores, que envolvem perda óssea (de pele e de partes moles) é necessária a reconstrução com enxertos de pele ou retalhos locais, regionais ou microcirúrgicos, a depender do caso, para tentativa de recuperação funcional do membro lesionado.
LESÕES DE NERVO PERIFÉRICO E DE PLEXO BRAQUIAL
São lesões onde o reparo primário é o tratamento ideal e deve ser realizado precocemente através de suturas neurais microcirúrgicas. Em caso de impossibilidade de sutura, é feita a reconstrução do nervo com enxertos de nervo, geralmente retirado da perna do paciente.
PARALISIA OBSTÉTRICA
A paralisia obstétrica é definida como uma paralisia flácida parcial ou total que acomete o membro superior do recém-nascido decorrente da lesão do plexo braquialocorrida no parto normal, e, mais mais raramente, no parto cesáreo.
O plexo braquial é um grupo de nervos localizados na região do pescoço que funcionam como cabos que ligam a medula espinhal e o cérebro aos membros superiores. Eles proporcionam sensibilidade nas extremidades e controlam os seguintes músculos: ombro, cotovelo, punho e mão.
TRANSPLANTE DE DEDO DO PÉ PARA MÃO
A técnica consiste na retirada do segundo dedo do pé para reimplante na mão, religando artéria, veia, tendão e nervos, reabilitando o membro. No mesmo dia da cirurgia, é feita uma plástica no pé para que fique esteticamente aceitável.